9/19/2008

POLYMER CLAY ART


Foi por um acaso - não por descaso, mas antes por absoluta falta de tempo - que passei esta semana pelo meu próprio blog, onde há muito tempo não acessava. E me causou certo espanto ver que passou dos quatro mil acessos únicos. Claro que este não passa de um cisco no grande olho de furacão informativo que é a internet onde, atualmente, encontramos algo em torno de 40 bilhões de páginas publicadas.
Mas para mim o que aqui é relevante, enquanto idealizador e "escrevinhador" destes textos é a satisfação de descobrir que aquilo que tenho a dizer/escrever interessa de alguma maneira às pessoas. O que me leva a acreditar que possuo credibilidade e conteúdo em minhas colocações. Senão ninguém leria, voltaria a visitar ou mesmo indicaria o blog.
E,vamos convir, neste suporte onde é mais do que comum que qualquer afirmação repetida à exaustão tenda a virar "verdade" (ma non troppo...), não é pouca coisa. Afinal, credibilidade se conquista, não se impõe.
Mas também serviu de modo não menos importante, para constatar que meus atentos leitores, afinal, não se resumem apenas às minhas adoráveis e pirotécnicas amigas, Dháris e Eritânia e seu primo Eurípedes. :-)

Bom, dado o chute inicial vamos às novidades que são o que realmente interessa.
E a primeira é o fato de que - e até leitores menos atentos já devem ter percebido - mudei o título do blog de Chameleon - Fimo Design para Chameleon - Polymer Clay Design. O mesmo tendo já ocorrido com meu site a alguns dias atrás.
O fato de não mais associar meu trabalho com uma marca específica( no caso FIMO da alemã Eberhard Faber) tem suas razões de ser que em nada são gratuitas ou movidas por alguma vaidade fútil. O negócio é que quando iniciei em 1999 a mexer, de forma autodidata, com Polymer Clay, FIMO era a única marca encontrada ou mesmo conhecida no Brasil. Ocorrendo assim uma natural associação do material ao nome fantasia.
E, admito, por muito tempo achei que nada iria mudar já que se tratava de material importado/caro, com uma bibliografia bastante especializada e até então inexistente em português, pouquíssima gente conhecia, não havia ferramentas próprias nacionais (bom, segue não existindo em grande parte, mas...). Enfim, a falta de opções sempre foi um grave empecilho para seu reconhecimento enquanto forma de expressão e de fazer Arte no Brasil.

Hoje, quase 10 anos depois, apesar de o "estado da Arte" não ter melhorado muito neste tempo e mesmo havendo ainda certa dificuldade ao acesso de outras marcas além da FIMO, estas começam a ser mais facilmente encontráveis e (re)conhecidas no mercado nacional. Da mesma forma que o acesso a bibliografia especializada tem sido paulatinamente facilitado pelo aumento de ofertas de bons títulos, ainda que majoritariamente importados, nas livrarias. Isto tudo pelo menos em se tratando do comércio das grandes capitais.
Sem esquecermos de mencionar as importantes experimentações que vem ocorrendo nos últimos três ou quatro anos, com maior ou menor sucesso, no sentido de se criar e produzir material 100% nacional de boa qualidade e preço acessível. Mas isto já é assunto, farto, que retomarei em próximo post.
O que quero dizer é que, no meu entendimento, todos estes são importantes indicativos que sim, existe um mercado em fase de maturação, após o deslumbrado boom inicial, para a produção/comercialização e ensino de modelagem com polymer clay. Sendo que concorre e muito para isto o fato de que já não estamos como inocentes úteis de uma única marca e/ou importador.

Obviamente, que não estou rejeitando ou mesmo negando a associação com a marca FIMO. Afinal, foi através dela que meu trabalho ficou conhecido ao longo dos últimos anos e pela qual provavelmente, ainda serei por bastante tempo ainda, buscado na web. E mesmo porque através de meu trabalho e atualizações tanto do site quanto do blog, e divulgação através de portais de artesanatos e similares que também ajudei, em certa boa medida, a divulgar e a popularizar a marca FIMO. Portanto, sob esta ótica, mais ganharia do que perderia mantendo esta estreita identificação com o FIMO.
Contudo, a opção de empregar a denominação Polymer Clay para identificar ao material que utilizo em meu trabalho me parece uma mudança inevitável, saudável e necessária enquanto parte da evolução no cenário artístico e artesanal brasileiro em direção a uma universalização e padronização de acordo com o perfil internacional de trabalhadores da área.

Mas que fique claro que não pretendo com isto criar e muito menos impor polêmicas ou modismos tão ao gosto das comunidades artístico-artesanal brasileiras, bastante conhecidas pela simpatia para com os vícios corporativos. O que ocorreu aqui foi que, como desde sempre, sigo o meu percurso de desejos mantendo uma linha independente. Sendo dono de mim e de minha Arte, liberdade e alegria. Onde são apenas as fronteiras técnicas de meu criar que indicam os limites de meu expressar.
Só isto. :-))))

Até a próxima.