2/22/2010

Caleidoscópio de cores



"Tempo, tempo, tempo, tempo, compositor de destinos, tambor de todos os ritmos".
Caetano Veloso

Pois então, passou um longo tempo e eu sem postar por aqui. Muita coisa aconteceu dentro e fora do ciberespaço. Estudos, pesquisas e leituras, eterno aprendizado que nunca é demais.
Envolvido com o magistério, na alegria e na dor de conhecer a realidade de ser professor. Ultimamente mais dor. Infelizmente.
Artista, meio esquecido na prática mas bastante voltado para as questões teóricas da Arte. Já que refletir é preciso.
E sempre correndo na rotina de um dia a dia cheio de idéias e compromissos. Bem como gosto.
Só que o bloguista do Polymer Clay teve que ficar um pouco de lado neste redemoinho que é a vida da gente. Onde se sofre mais por falta de tempo do que de desejo.
Mas no final é o tempo que sabe a hora de tudo. Até do tempo de retornar. Não é mesmo?
Bom, quando resolvi retomar meus posts lembrei imediatamente que muitos leitores já reclamaram, e com razão, que poucas vezes escrevi sobre adornos pessoais, ou melhor chamando: bijuterias, e que poderia postar mais a respeito já que existe muito interesse e material sobre o assunto.

Pois é, humildemente, tenho que dar a mão à palmatória e reconhecer que minhas postagens, em geral, realmente tem girado em torno de artistas que produzem esculturas ou objetos de arte e decoração criadas em Polymer Clay.
Isto talvez seja reflexo de minha preferência por produzir estes tipos de objetos à bastante tempo.
Feito o mea culpa, vamos ao que realmente interessa.
Hoje estou postando sobre uma moça que mesmo sendo pouco mencionada no Brasil, é bastante conhecida nos Estados Unidos e Europa. E isto justamente ocorre por ter um trabalho muito bacana e diferenciado em se tratando de bijuterias.
É puro design de qualidade que mexe com meus sentidos e sentimentos e que acho que os leitores costumazes e os eventuais pára-quedistas da rede vão gostar de conhecer.
Seu nome é Sarah Shriver, uma talentosa artista norte americana com quem entrei em contato, como sempre faço, no sentido de explicar a proposta do blog e pedir autorização para cita-la e mostrar sua arte.
Em seu retorno foi extremamente atenciosa, remetendo, inclusive, material selecionado especialmente para este post.
Coisas de primeiro mundo... ;-)
O contato inicial de Sarah com o Polymer Clay ocorreu em 1987 em San Francisco enquanto trabalhava em uma loja especializada em materiais dirigidos à artistas.
Nesta loja os funcionários eram incentivados a experimentar técnicas e materiais de modo a poder melhor informar aos clientes. Disto resultou em uma imediata paixão pelo Polymer Clay, ao primeiro toque.
Para Sarah, o que mais se destaca no manuseio do Polymer Clay é o processo de produção de imagens através de "pinturas" que são, ao mesmo tempo, produtos de gestos próprios aos ceramistas tradicionais.
Buscando inspiração em tapetes e telas étnicos tradicionais Sarah, para desenvolver o conjunto de suas peças, criou técnicas e abordagens que fazem com que seu trabalho seja extremamente admirado pelo refinado detalhamento.
Inicialmente sarah criava seus canes (bastões) geralmente como testes de padrões gráficos repetidos com cores em contrastes simples. Isto ocorrendo até conhecer a técnica criada por Judith Skinner de produzir tons degradês e assim, sofisticar, ainda mais, sua criação.

Sarah, pode levar mesmo algumas semanas criando cada cane(bastão) caso seja muito elaborado, com muitas lâminas misturadas e remixadas.

Posteriormente ela corta o original, sendo estes
razoavelmente grandes, variando de 12 a 13 cm de espessura e pesando quase meio quilo. Resultando disto um espetáculo magnífico e único de cores e formas.

A partir daí Sarah "destrói" oprojeto inicial e com os canes menores resultantes utiliza a técnica conhecida como kaledoscoping, ou seja, espelha a imagem de cada um dos resultados dando forma à bastões intrincados e de extrema sofisticação que serão aplicados a pulseiras e colares únicos e muito especiais.

Sarah frequentemente se inspira na natureza, em quadros ou sua imaginação para produzir suas peças.

Busca, intuitivamente, desvendar as relações de cores que os artistas usaram em suas obras e reinterpreta-las utilizando as lâminas de Polymer Clay. O belo resultado disto tudo é o que podemos conferir neste post.

Para conhecer ainda mais seu trabalho, basta acessar e prestigiar seu site. Garanto que vale a pena conhecer: www.sarashriver.com


1/29/2010

(Re)visitando a forma

2010, já andando em meio ao sufocante calor que impera em Porto Alegre, e mais uma vez sobra pouco tempo para me concentrar e escrever em razão de trabalho, estudos, problemas com a conexão que resolveu pirar esta semana(sim, estou postando de um cibercafé!!!!), e, para complicar mais ainda, uma dificil perda pessoal. Perda esta que me fez refletir e muito acerca das formas e dos conteúdos do universo. Enfim, fica sempre faltando um tanto por uns lados, até por sobrar de outros e disto tudo permanece apenas a vontade de retomar meus textos e (as)sumir o esquecimento do que já passou de ruim.

Bom, no ano passado andei recebendo um email de um amigo com um daqueles chatos textos piegas remetidos 10000 vezes e que, cedo ou tarde, invariavelmente aparecem na sua tela. Até aí sem novidades, basta passar rapidamente os olhos e deletar sem saudades.

Só que o tal texto vinha acompanhado da imagem de uma curiosa escultura que de imediato me chamou a atenção. A peça tinha um estilo estranho que me remetia a idéia de uma bem humorada mistura de Alice no País das Maravilhas e família Adams.


Mas, como não havia maiores informações acerca do autor e como, normalmente, tempo para fazer busca na internet a partir de uma única imagem é coisa que nem sonho em ter...Assim que ficou o enigma de lado. Pelo menos por um tempo.

Então, neste início de ano, aproveitando a relativa folga proporcionada pelas férias escolares e uma necessária revisão do tudo que passou e virá, resolvi ir à luta e descobrir mais a respeito do criador daquela peça, isto se é que haveria algo consistente na internet.


Pois é, no final realmente valeu a pena gastar alguns muitos dias e noites regados à excessivos cafés e cigarros(mea culpa) na net fazendo combinações de buscas das mais doidas, e contando com alguma sorte, porque ao conhecer a obra de Elizabeth McGrath vi que esta era ainda mais sofisticada e rica em simbolismos pessoais e com uma produção que eu sequer poderia imaginar que existisse.

Elizabeth McGrath, nascida em Los Angeles(EUA) é definida como uma autêntica eclética, pois além de artista gráfica e escultura de mão cheia é também vocalista de uma banda. Mas é em seu trabalho com esculturas e dioramas que vamos identificar seu estilo único e sua verdadeira alma de artista.

Elizabeth, segundo helen Garber, "(...)desde sempre apreciou coisas estranhamente belas e grotescas da vida, o que se transfere a sua obra inspirada nas relações entre o mundo natural e os detritos de nossa sociedade consumista resultando em peças intricadas, originais e cheias de encanto em uma interação melancólica entre símbolos de status e o sofrimento
próprio à natureza".

Em sua criação, Elizabeth, lança mão de materiais variados como madeiras, resinas espumas, polymer clay, tecidos, metais e tudo o mais que a auxilie a formalizar sua arte. Sua jornada no universo ds artes visuais começou ao ir estudar estilismo na Pasadena City College.

Naquela época ela tinha um objetivo bem claro, queria criar roupas e pósteres para o marido. Nesse meio tempo o diretor musical Fred Sthur conheceu seu trabalho e a convidou para criar miniaturas que seriam usadas em video clips. Daí, foi um passo para descobrir seu estilo, em uma releitura absolutamente pessoal.

Novamente deixo a palavra com Helen Garber que escreve, "(...), as tradições da união e criação de "mundos íntimos" foram historicamente uma perseguição surrealista. No entanto, o trabalho de Elizabeth tem pouca relação com o subconsciente. Filha de pais missionários que se conheceram em Singapura, a educação católica de Elizabeth certamente influencia sua estética".
O colorido presente no catolicismo nas culturas asiática e americana, sem dúvida empresta o efeito teatral a seu trabalho. Sendo esta a fundamentação teórica da artista que examinando os simbolos universais não se contenta em simplesmente reproduzi-los na forma mas antes em reinterpretá-los a sua maneira.


Nas peças mais recentes de McGrath percebe-se a influência direta de artistas como Joseph Cornell, Alexander Calder já os trabalhos mais antigos de Marcel Duchamp, em particular Étant Donnés. O trabalho de McGrath esforça-se para comunicar-se usando meios similares, contudo seus significados são totalmente diferentes.

Seleciona a inspiração da cultura contemporânea assim como em seu catolicismo, já mencionado, a cultura asiática, a cultura de rua, a cultura do México, dos gibis, dos parques temáticos, e de outras influências.

Digere tudo e cria seus próprios ambientes em que pode encenar dramas e criar as encenações que surgem a partir de suas próprias experiências e interações com o mundo exterior. Se você observar seu trabalho você poderá ver que suas criaturas são realmente auto-retratos que ajustam-se em uma paisagem fantástica que ecoa seus próprios sonhos e temores em uma leitura, por vezes, amarga contudo em doces doses, bem adequadas à vida moderna.

Para aqueles que ficaram tão intrigados quanto curiosos como eu fiquei com sua arte fica a dica para conhecer melhor sua obra. Basta acessar seu site: http://www.elizabethmcgrath.com/


Até a próxima,

12/27/2009

Salve 2010


De repente a gente percebe que mais um ano se foi. E foi muito rápido apesar que também foi intensamente vivido. Com muito esforço, criação, prazer de produzir e aprender. Com muitos altos e alguns baixos, alguns sonhos e ilusões perdidas, bem como outros tantos criados até chegar seu tempo de também se perderem e/ou se modificarem. Ufa!
Enfim o que importa é que hoje mais que ontem me sinto mais maduro e vivido e, consequentemente, menos ingênuo, em minha caminhada tanto como artista como ser humano. E isto não me parece ser pouca coisa.

Quando, este ano, me lancei na idéia de dar uma repaginada no blog tanto em forma quanto em conteúdo, a primeira idéia que me ocorreu foi a de publicar posts apenas referentes ao tema Polymer Clay, e entre estes apresentando artistas do mundo inteiro, dos mais diversos estilos e leituras - sendo muitos, inclusive, desconhecidos em seu próprios países.
Mas ao fazer isto não estava pensando se teria alguma reação ou retorno ou mesmo de que tipo. Na verdade, sequer tinha expectativas a respeito. Sendo este, antes de mais nada, apenas um novo projeto pessoal que visou, como sempre, contribuir para que a troca de informações acerca de Polymer Clay/cerâmica plástica, papel crucial da Internet, tivesse mais um canal não comercial, portanto isento, para se propagar.
Já que, vamos convir, referências sobre o material em português, lamentavelmente, ainda são poucas e bastante incompletas. Já que em geral os criadores na área se restringem a produzir, se tanto, galerias com apenas produção pessoal.
Baixem as pedras os mais apressados!
Nada tenho contra galerias de produções pessoais, apesar de em grande parte nada me parecerem acrescentar além de massagem no ego de quem as cria. Apenas, ainda assim, acho que há espaço e obrigação para que muito mais seja mostrado e dividido. Questão de mentalidade...

Bem, no final a proposta deu tanto certo que triplicou o número de acessos únicos no blog em menos de 10 meses dado o interesse que o assunto desperta e, acredito, pelo preenchimento de uma lacuna ainda existente no universo das massas de modelagem especiais no país. Tornando-se aos pouco, para mim motivo de orgulho, uma forte referência acerca de Polymer Clay a disposição de todos na internet brasileira.
De tudo isto ficam a satisfação de ter procurado me superar e oferecido o meu melhor, sem riscos ou mesmo vontade de cair na armadilha fácil da agenda ancorada na autopromoção ou de questionáveis e, muitas vezes, hilários elogios mútuos. O que só vem a demonstrar o quanto ainda teremos que caminhar até encontrarmos a maturidade de um perfil de profissionais realmente capacitados e com credibilidade no país.
Se foi pouco, perdoem-me os criticos (em geral improdutivos) de plantão. De garantido é que jamais existirão nem meias verdades nem mentiras completas em meus posts. O que por sí só já o diferencia do muito que se vê por aí. Já para aqueles que me acompanham e visitam ao blog prometo ainda mais novidades neste ano de 2010, sempre ministradas em doses homeopáticas, mas garantidas.
Para encerrar transcrevo algumas palavras que alguém escreveu em algum lugar e que esqueci de onde li, mas que acho que traduzem o espírito que move este blog e minha vida e que procuro sempre ter como saudável referência.

"(...), este é o "exílio na separatividade" que vivemos, isto é, a mania de vivermos em torno de nossos próprios interesses e problemas esquecendo que o sopro vital que os transformará de atividades meramente egoístas em exercícios produtores de benefícios para o todo de nossa espécie depende apenas de nossa conscientização de sua necessidade de existir".

Feliz 2010.

abraços gerais e até a próxima.

10/23/2009

Fashion Art

Sumido? Pois é. Mas por uma (nova)justa causa. Voltei aos estudos e iniciei um curso de Especialiação em Artes Visuais pelo SENAC-EAD. Isto significa que é via internet, em sua maior parte, funcionando através de fóruns e outros mecanismos próprios ao suporte. Tanto o formato quanto o conteúdo tem se mostrado muito instigantes e cheios de desafios que, eventualmente, vou comentar aqui. Afinal, sempre acreditei no debate incessante acerca da dúvida de onde, ou mesmo se, localiza o limite da verdade na arte, do que se pode ou não se pode mostrar e ver e o que realmente se mostra. Já que a não declarada manipulação e disseminação de imagens e discursos são questões que a cada dia se tornam mais cruciais na formação dos corações e mentes contemporâneos.

Bom, mas trocando de novidades, desta vez venho contar que em uma de minhas muitas imersões no sempre fascinante ciberespaço, acabei dando de cara com uma artista que dispensa apresentações, da qual sou grande admirador: Kathleen Dustin.

Esta norte americana, filha das dunas de areias de Michigan Ocidental, e atualmente residindo em New Hampshire teve desde cedo uma queda pela vida nômade e pelas artes o que a levou a conhecer muitos povos e suas culturas e assimilar o que de melhor estes possuem.
Em 1972 viajou por um ano pelo Líbano, onde conheceu o Polymer Clay/cerâmica plástica. E, nos últimos anos, em razão da profissão de seu esposo, viaja com regularidade para países como Turquia, Arábia Saudita, toda área do mediterrâneo e Russia.
Toda esta habilidade de Kathleen viajar e viver em lugares exóticos exigiu que trabalha-se com um meio 3D facilmente transportável. E foi o Polymer Clay que, para nossa felicidade, transformou-se sua modalidade artística principal. Tendo mesmo que desenvolver muitas das técnicas que aplica em seu trabalho.
Sendo sua obra (re)conhecida internacionalmente, justamente, por seu imenso talento aliado a um total domínio técnico do material.

Falar de Kathleen Dustin é mergulhar em um universo que vai muito além do óbvio e do lugar comum.
Com uma Filosofia de arte e de vida bem como um estílo únicos, Kathleen faz (re)leituras de signos representativos da cultura contemporânea através da criação de, em especial, bolsas e bijuterias com belíssimos e intrigantes resultados.

Unindo elementos do mundo fashion à sua sensível criatividade. Repletas de de simbologias pessoais, em suas criações Kathleen reinventa a moda e o fazer cultural.
Seu esforço é de sempre criar belos objetos baseados no que encontra de modo que outros desejem também possuir aqueles objetos. E para aqueles que perguntam do "por que" criar bolsas ao invés de produzir esculturas ou figuras ela responde, com a segurança de quem sabe o que cria:

"...esculturas ou figuras apenas são colocadas sobre uma base coletando a poeira. Você não se atreve a tocá-las. Mas sendo estas bolsas elementos funcionais você é levado a toca-las, acaracia-las e examina-las. Sua existência é realçada porque são peças maravilhosas para carregar com você, para usa-las".

A arte de Kathleen surge da imersão no mundo que a rodeia e com o qual interage intensamente dando forma e cor às suas fantasias.
Algumas vezes seu trabalho incorpora partes de textos da Bíblia, geralmente trechos do Torá ou velho testamento, estampados em meio a textos e imagens icônicas. Em um conjunto que leva ao portador(a) da peça a refletir acerca do que possui em mãos.
E mais recentemente, sua criação, tem chamado a atenção pela repetição de pequenos elementos que denomina "mundanos", tais como vagens de sementes , musgo, folhas e pedras empregados de modo a criar peças absolutamente diferenciadas e de grande força expressiva.
Para conhecer mais acesse:
Até a próxima.














9/16/2009

Dica Quente



Um dos maiores problemas para quem se aventura no mundo dos clays especiais é a dificuldade em encontrar não apenas o material mas principalmente as ferramentas e instrumentos que complementam esta especial Arte. Um dos itens que considero indispensável para a criação de uma boa peça é a cura em temperatura correta. Só que, estranhamente, no Brasil, é dificil encontrar termometro de forno. Você encontra termometros de panela, aqueles com uma longa aste, com certa facilidade, mas especificamente de forno, não. Tanta é a dificuldade que o meu tive que comprar em um site americano, a priscas eras, e ainda tive que pagar uma fortuna em impostos de importação, claro.

Bom,uma dica quente sobre o assunto:
Acesse o site da Dim Clay que o Eduardo, sempre tão atencioso e prestativo, está oferecendo termometros de forno a R$ 35,00!!!! Um excelente investimento.
E aproveite para pedir amostras de diversos tipos de clays de diversas muito legais que eles fabricam. Só é cobrado um valor simbólico para que não tenha um produto zerado na loja e o valor do frete, que é calculado no final do pedido.

Já para aqueles que ainda preferem o modo artesanal de controle de temperatura vai a dica também:
coloque uma folha de papel ofício no forno com a peça que vai queimar. Se a folha em algum momento, mesmo que levemente,amarelar baixe a temperatura do forno e deixe a porta entreaberta por alguns minutos. Troque o papel e continue sua
queima.

Até a próxima

8/02/2009

Lançamento Tutorial


Uma das grandes, digamos, “estranhezas” da internet brasileira é o fato de que quase que diariamente surgem uma infinidade de novos portais, sites, blogs, fotoblogs e até perfis do Orkut sobre artesanato, sendo alguns bastante especializados em suas respectivas técnicas e materiais. Assim, como temos também uma infinidade de artistas e artesãos que a cada dia se profissionalizam mais e estão aí mostrando o seu melhor e abrindo seus espaços pessoais. Alguns, claro, com maior êxito que outros. O que é realmente tudo muito bom.
Mas por outro lado também existe uma indesculpável carência de informações práticas em geral, e o que dirá de tutoriais, ou passo a passo como alguns preferem chamar, em português. O que vamos convir, ia facilitar muito a vida de todos, em especial dos iniciantes, que, em geral, pouca referência possui sobre os assuntos que lhe despertam interesse.

Panorama este nosso que contrasta vergonhosamente com o perfil do internauta/artista/artesão norte americano, por exemplo. Criadores de inumeráveis técnicas (muitas das quais copiamos e esquecemos de mencionar isto...), produzem livros, revistas e sim, tutoriais gratuitos, visando não apenas divulgar sua Arte, mas dividir para auxiliar ao próximo. Em outras palavras, senso de responsabilidade social.
“Eles não tem uma lei do Gérson como ícone pop como nós, Darling...", como diria a sempre antenada Dháris. Vai ver esta é mesmo uma das razões que diferimos tanto.

Aí me pergunto: Porque as pessoas mostram (nem todas, é bom frisar) de boa vontade e cheias de vaidade suas criações na internet - indiscutivelmente o melhor suporte para divulgação pessoal a baixo custo que existe - mas relutam em se tratando de mostrar como produziram suas peças? De que maneira se chegou àquele resultado? Quanta dúvida teve e onde conseguiu apoio para desfazê-las?
Reserva de mercado dizem uns (que se for assim tão inexpressivo, este nem existe e consequentemente nem há pelo o que disputar); “Não divido aquilo que tive tanto trabalho e gasto em aprender”, dizem outros muitos. Revelando que existe sim um sentimento de indisfarçável patrimonialismo na cabeça do brasileiro. Mesmo que inconfessado e jamais assumido.
Patrimonialismo de sempre pensarmos de que aquilo que sabemos nos pertence, o que é uma inverdade já que o saber é um direito universal e se não divido morre, inevitavelmente, comigo. Sendo esta a mostra de uma mesquinha pequenez que em nada combina com nosso ethos de povo cordial e afável que gostamos de acreditar que realmente somos.

Bom, nem vou perder tempo escrevendo uma dissertação acerca da “camaradagem imaginária brasileira e suas burras tentativas de levar vantagem em tudo” e sim partir para a prática. Assim, ofereço gratuitamente a todos este tutorial publicado em meu site de uma técnica que denomino “folheado”.
Não é um projeto exatamente simples, pois exige atenção pela quantidade de “dobras” a serem feitas, mas nem por isto tão complicado e que leva a criação de um agradável efeito visual de flor estilizada que pode ser trabalhada e aplicada às grandes ou pequenas extensões sem provocar uma cansativa confusão visual.
E para quem se interessar, e aproveitando para vender meu peixe, comunico que estas e outras técnicas você pode aprender agendando seu workshop na Loja Traços&Cores
Avenida Venâncio Aires, 987 - Porto Alegre
0 XX 51 3335-2735

Espero que todos aproveitem e lembrem-se que o projeto pode ser copiado, reproduzido e distribuido sem problemas, desde que não seja para fins comerciais. Também não esqueça nunca de mencionar o autor e a fonte por uma questão de honestidade autoral e porque é lei. ok?

Divirta-se e me mande seus resultados. Prometo publicar aqui.

Até a próxima

7/26/2009

Chameleon responde

Este post foge do perfil padrão que venho adotando faz algum tempo, eu sei. Mas é justificado pelo fato de que visa tirar algumas das muitas dúvidas que tem me chegado via email, estão sendo postadas aqui e até sendo remetidas via msn. Só que assim fica muito difícil ficar respondendo caso a caso pois o tempo é cada vez mais curto inversamente à vontade de auxiliar com um pouco de minha experiência a todos que me procuram com questionamentos sobre este fascinante material tão cheio de possibilidades.
Assim, só pra organizar, primeiro procure sua dúvida em meu site na seção “dicas”. Sempre que posso estou atualizando com novas informações que vou descobrindo aqui e ali. Mas se não encontrar respostas por lá o melhor é me escrever direto para contato@chameleondesigner.com que terei o maior prazer em tentar ajudar. Ok?

Aproveitando para tirar algumas dúvidas mais frequentes.


Material que rasga e esfarela
Sou com frequência perguntado acerca de problemas com massa que esfarela e rasga apresentando graves problemas em seu uso apesar de ser corretamente (?) sovada. Bom, para começar a mesma não deve ter sido suficientemente amaciada pois quando feito da maneira correta esta deve ficar homogênea e muito fácil de manusear. O segredo não é apenas amaciar mas fazer com que sua temperatura se aproxime da humana( 36 graus) quando se torna bastante maleável.
Mesmo achando que foi bastante sovada, o melhor é redobrar o esforço. Dá trabalho no início, sei bem. Mas os resultados sempre compensam. :-)
Também indico sempre que se pique bastante o material antes de voltar a reunir e começar a amaciar. Desta forma facilita para que pegue uma boa liga com mais facilidade.
Pode acontecer também do material estar muito ressecado, não melhorando mesmo com o manuseio. Isto ocorre porque parte da oleosidade do material fica nas mãos e na superfície onde está sendo trabalhada.
Para solucionar, basta misturar uma ponta de dedo de óleo mineral ou vaselina líquida ou mesmo óleo comum de cozinha sobre o material para que reaja. Mas cuidado, faça isto de maneira bem econômica, senão pode acabar virando tudo em uma meleca.
Na verdade, em princípio sou contra amaciantes artificiais – sendo esta uma postura e opção pessoais – mas em casos extremos não os deixo de usar.

Moldes e Polymer Clay
Outra questão comum é se pode usar molde de silicone para produzir peças em PC? Pode não apenas criar peças em polymer clay com moldes mas também os próprios moldes são produzidos com facilidade com o material. Os resultados são superiores aos moldes criados em gesso. Além de ter muito maior durabilidade.
Mas é muito importante lembrar (apesar de meio óbvio...): não se coloca o molde de silicone no forno! É aconselhável também umedecer o molde de qualquer material com água antes de usá-lo com o Polymer Clay/cerâmica plástica. Isto ajuda a retirar a cópia sem danificar.

Diferenças entre Porcelana Fria e Polymer Clay
Para fazer bonecas(os) o Polymer Clay é diferente de que maneira com relação ao biscuit/porcelana fria?
Na verdade não tenho muita experiência com porcelana fria. Mas pelo o que sempre percebi é que além de encolher com a secagem, o que pode levar a eventuais danos dependendo das dimensões da peça - o que não ocorre com o Polymer Clay/cerâmica plástica - em especial, não permite que se trabalhe bem os detalhes, os quais, na verdade, são aquilo que tanto enriquecem a Dolls Art.
Alguns fabricantes de Polymer Clay inclusive oferecem massa especial dirigida à dollsmakers, que se caracteriza por ser ainda mais macia, apesar de firme, que o PC tradicional. No Brasil existe bom material para dolls art como o da linha Poliart Dolls do fabricante FXARTE.
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Polymer Clay tem validade de uso?
Bem, em princípio e sendo uma massa plástica não há uma validade exata para o material desde que bem acondicionado em saco ou pote plástico, fora da geladeira, e guardada em uma gaveta ou armário sem contato com a luz solar direta. Se tiver este cuidado poderá reaproveitar o material por tempo indefinido.
Detalhe importante: dependendo do tipo de plástico ou pote que utilizar pode haver uma reação com o material e danificar a embalagem e até arriscar a perder o material. Primeiro teste com um pouco de Polymer Clay antes de usar em definitivo a embalagem. E lembre-se, que é muito importante: jamais reutilize o pote ou plástico utilizados com produtos para animais e humanos.
1
Bom, por enquanto era isto.

Até a próxima

5/02/2009

Pintando no Espaço

Quando tive a idéia de iniciar uma série de posts sobre artistas do Polymer Clay/cerâmica plástica do mundo todo - alguns pouco conhecidos até mesmo em seus países de origem – mas cujos trabalhos me chamam a atenção tanto pela qualidade quanto pela originalidade de suas criações, não tinha expectativas que isto fosse se refletir em um considerável aumento no número de acessos, um melhor posicionamento deste blog nos mecanismos de buscas (São Google está aí para confirmar. ;-) e até mesmo em um maior número de comentários públicos e privados que tenho recebido.
Se por um lado, este aumento na audiência deixa claro o quanto o assunto tende a despertar interesse e curiosidade. Por outro justamente confirma uma grave lacuna que existe no acesso às informações nesta área. Mesmo que poucos admitam sua existência e menos ainda demonstrem se importar em alterar. Coisas de mentalidade de terra brasilis.
Mas antes desta constatação servir para algum tipo de orgulho fanfarrão, serve sim para sinalizar, até mesmo para mim, que estou no caminho certo. Que estou ajudando, de alguma forma a suprir a falha que ainda perdura. E a idéia de estar fazendo, com correção, minha parte já é o bastante para justificar minha atividade neste blog apesar da crônica falta de tempo. Ou, no mínimo, para mim será sempre melhor acessar e produzir conteúdo que justifique minha conexão do que encher os olhos apenas com os sempre tão aborrecidos discursos em torno do próprio umbigo.

Devaneios à parte, hoje vou utilizar este espaço para apresentar um artista cujo conjunto da obra é para mim motivo de imensa satisfação sempre rever. Pois apesar do nome James Lehman não soar familiar para a grande maioria dos polymers(ceramistas plásticos???) brasileiros este jovem artista norte americano é reconhecido como um dos mais criativos e inventivos de sua geração, pelos realmente conhecedores desta diferenciada forma de fazer Arte.
Já conheço seu trabalho há bastante tempo e, quase que por acaso, buscando material gráfico e informações para outro post, tive a felicidade de encontrar seu site e, consequentemente, a chance de poder dividir aqui o encantamento que sua obra me provocou desde a primeira vez que a vi. Inovador e possuidor de um inquestionável senso estético, com vocês: James Lehman.
James Lehman, nascido em 1964 em Marion (Ohio – Estados Unidos), não demonstrou especial interesse pelas artes plásticas desde sua tenra infância, mas antes pela música. Tendo inclusive iniciado em 1984, aos 19 anos, um trabalho na área que resultaria em uma coleção de CD´s de 22 canções escritas, produzidas e executadas pelo mesmo.
Em 1987 adquiriu uma casa em Akron(Ohio) onde, junto de seu irmão mais moço, Joe, formou um grupo musical chamado "Subtle Disasters" que executava suas canções em clubes locais. Resultando desta aventura musical, em 1990, a criação de seu selo independente.
Paralelamente às suas aventuras musicais James conheceu o Polymer Clay em feiras que participava. Já que entre uma apresentação e outra vendia seus CD´s e seus experimentos com pedras e cristais com os quais produzia colares e pendantes.
Em fevereiro de 1993 conheceu a Terry Zimmerman, que se tornaria seu sócio, e mudou-se para a casa de Terry localizada na área de West End, montanhas também chamadas de Akron Quadrado. E foi sob a influência e incentivo deste que no mesmo ano James definitivamente se interessou em contas em Polymer Clay e desenvolveu a técnica para produzir grandes agrupamentos gráficos em forma de lâmina que permitem que se criem peças únicas, visualmente leves e totalmente diferenciadas em forma e beleza.
E mesmo quem tem bastante experiência com o material sabe que apesar do mesmo possuir natural elasticidade e resistência não é fácil de manipular em extensas áreas criadas por associação sem se romper ou rasgar. Contudo, dividido entre sua paixão pela música, artes plásticas e um extremo fascínio por física, engenharia, matemática e lógica - que incorporaria mais tarde em se trabalho com Polymer Clay buscando chegar aos limites das possibilidades de sua Arte - foi somente em 2001 que decidiu, definitivamente, e para nossa sorte, levar adiante sua carreira como artista plástico profissional.
Resultando a partir daí o surgimento de uma grande e frutífera produção que se traduz em peças sofisticadas, extremamente minuciosas e de uma originalidade impar.
James define, poeticamente, sua Arte como pintura com Polymer Clay no espaço. Pois, segundo o mesmo, apesar de serem peças tridimensionais são baseadas, antes de tudo, na cor. Sendo, consequentemente, uma síntese entre a escultura e a pintura. O Polymer Clay/cerâmica plástica funcionando ao mesmo tempo como cor e estrutura possibilitando criações que, como o próprio artista conclui, seriam impossíveis de se produzir com outro material.
Pois é justamente o Polymer Clay, com suas próprias características plásticas e técnicas, que permite que sua proposta de trabalho seja realizada: criar grandes peças tendo apenas o material em sua realização.
James normalmente não utiliza nenhum suporte além do polymer clay como base e apoio em suas obras. Apenas algumas peças como esferas, cubos ou tetraedros são confeccionados em madeira e depois cobertos com placas produzidas Clay.
Já todas outras formas: bacias, placas, tubos e frascos são criados no próprio material com um revestimento de alto lustro. Resultando em peças, praticamente, vitrificadas em um belíssimo efeito.
Visite o site do artista e descubra toda sua Arte.
Definitivamente um belo passeio pela forma e cor.

Até a próxima.

3/23/2009

Um lugar chamado Riverdog

Em meus passeios pela web - que devido a seu tamanho e abrangência além da capacidade de suportar, sem nenhum critério além do raro bom senso, a todo tipo de criações e criaturas - tenho a oportunidade de deparar do medíocre ao inovador, do primário e lugar comum ao realmente criativo e absolutamente diferenciado. E, como sempre, cabe a cada um manter sua atenção ou descartar o que lhe parece desinteressante. O que, aliás, faço com freqüência. Doce democracia que a mídia interativa nos permite exercitar.

E foi numa destas minhas incursões pelas profundezas da rede que descobri um local de nome estranho. Um local encantado onde vivem e criam um casal de artistas que evitam os holofotes e o agito das cidades.
O lugar se chama Riverdog Studio e está localizado em Oberlin, Ohio(EUA). E o casal é Deborah Banyas e T.P. Speer. Artistas que sempre vivenciaram suas Artes de forma independente desde sua união em 1976. Em 1979 T.P. renunciou à sua posição como professor na universidade para se devotar em tempo integral ao trabalho em seu estúdio junto à sua esposa Deborah. Ao lado de seus inúmeros cães, optaram por um recanto apenas e tão somente de paz e prazer de se fazer Arte. Riverdog Studio é um belo espaço onde se respira cultura e paz transcendental em meio a uma verdejante paisagem praticamente intocada pelo progresso. E foi lá, na década de 1980, que começaram a estudar e coletar a arte popular americana e mexicana. Sendo que sua paixão começou a se refletir em sua arte.
Deborah iniciou com uma série figuras pintadas que provaram ser bem sucedidas. Para logo depois adicionar aos trabalhos misturas criadas com madeira, telas, Polymer Clay/cerâmica plástica, metal, acrílico e tecidos. Deborah produz peças one of a kind, isto é, únicas e produzidas a mão e que podem ser escolhidas entre confeccionadas em tecido ou Polymer Clay e até variedade de cores para os “cabelos” produzidos com finos arames .

T.P Speer, por sua vez aprofundou-se em suas viagens gráficas através de pinturas, litografias e ilustrações. E embora tenham visões conceituais próprias suas Artes se completam, e se complementam, em total harmonia.
Nas criações de ambos, sempre centradas no humano, seus limites e sonhos, invariavelmente percebemos um nítido flerte com o realismo fantástico sempre carregado com uma pitada de humor, o que parece refletir a satisfação de viver em um espaço tão especial, com ritmo e necessidades próprias.

Espaço gerenciado por pessoas adoráveis com os quais entrei em contato contando de minha proposta de apresentar talentos que existem, às vezes quase escondidos, em tantas partes do mundo e que falam uma mesma linguagem em comum: O amor à Arte.
E me deram quase que de imediato um retorno e autorização para usar suas peças sem nenhuma restrição, aqui.

E como são pessoas generosas, ainda abrem as portas para receber hóspedes interessados em uma convivência com a Arte, pessoas inteligentes e uma paz tão desejada. Sem dúvida, uma visita imperdível.


Como sempre encerro este post agradecendo aos artistas a oportunidade de poder mostrar pessoas com formas de expressão diferenciadas e poder compartilhar um pouco disto com todos.

E aproveito para indicar uma visita, mesmo que virtual, a este lugar chamado Riverdog Studio



Até a próxima

3/01/2009

3D Street Art by David Evans

O conceito de uma vida contemporânea doentiamente voltada para a produtividade, competitividade e alta performance, mesmo que muitas vezes com resultados inexpressivos, leva-nos forçosamente a conviver com uma freqüência assustadora de meias verdades e mentiras completas. Lamentavelmente, este perfil pouco ético é bastante comum mesmo no mundo das Artes onde circulo desde minha adolescência e onde já vi de tudo e muito mais. Mesmo assim ainda sigo me espantando, não com a engenhosidade técnica do que tantas vezes vejo, mas antes com a cara de pau de alguns em busca de um forçoso e fácil sucesso. Onde, estes ao mesmo tempo em que buscam a promoção a qualquer custo denigrem-se, justamente, por seus próprios atos e palavras.
Esta visão dos fatos, muitas vezes, me leva a me sentir sem energias para continuar tentando manter, antes de qualquer coisa, minha dignidade e profissionalismo. Afinal, não raro mais parece valer uma razoável rede de contatos e parcerias menos interessantes que interesseiras do que realmente criar algo original, de verdade.

Mas tudo muda quando a gente tem a felicidade de conhecer pessoas com real talento que fogem do tradicional circuito/circo das artes com suas trocas de favores e amabilidades quebrando as regras, e pasmem, com êxito. E, melhor ainda, batem em rostos pretensiosos com suas luvas de pelica repletas de raro talento e extrema perícia no que fazem. Privilégio reservado a poucos. Bem o sabemos...

Este post é justamente para apresentar um dos melhores e mais originais e criativos Artistas de Polymer Clay que já tive o privilégio de conhecer. Que além de artista plástico ainda consegue ser fotógrafo dos bons, DJ e cameraman talentoso. Seu nome? David Evans. Também conhecido no meio artístico por CityZenKane - CZK. Sua Nacionalidade? Inglês. Sua especialidade? 3D Street Art.

David é um artista que desenvolve sua Street Art de forma diferente do grafite tradicional, onde começou. E, apesar de ainda usar as paredes de sua nativa Londres como suporte para seu trabalho - utilizando a rua como uma imensa galeria ao ar livre e assim atingindo um público imensurável - seu principal, mas não único diferencial está no fato de que suas peças são 3D sempre moldadas e, muitas vezes, cobertas com aplicações em Polymer Clay/cerâmica plástica. Razão esta pela qual desde que o conheci e a seu trabalho fiquei absolutamente encantado. E encantado não só pela originalidade da idéia, já que desconheço que outros façam igual, mas por sua coragem e desapego, pois não tem nenhuma garantia de que as peças não serão, eventualmente, furtadas ou mesmo danificadas.

Resulta disto um marketing do bem, pois o torna ainda mais conhecido fora dos circuitos de Artes oficiais e ao mesmo tempo ilumina a cidade com surpresas visuais deliciosas. Sem esquecer de mencionar que assim pode expandir seus contatos no meio artístico e fora deste, aumentar seu número de fãs e até mesmo interessados em suas criações. Já que comercializa tanto os originais quanto cópias numeradas e assinadas.

Sua temática é tão variada e inusitada quanto os locais onde expõe e técnicas que usa, indo de formas orgânicas onde abusa das cores fortes e contrastantes ao mesmo tempo em que emprega técnicas diversas que se harmonizam e nos levam a um passeio visual pelos labirintos de seu inconsciente, ao figurativo onde busca em temas universais sua inspiração para (re) leituras absolutamente pessoais e diferenciadas.

Bem, depois de muito o incomodar consegui que me permiti-se não somente postar belas imagens de seu trabalho e indicar seus vídeos veiculados no YouTube, mas também falar um pouco dele e sua Arte. O que aconteceu após freqüentes trocas de prazeirosas mensagens. O que me permitiu conhecer melhor um artista não apenas muito talentoso, mas também modesto em seu saber e criar, sempre disposto a ensinar e principalmente aprender e se reinventar.

A Dave só posso mais uma vez agradecer pela infinita paciência zen que sempre tem comigo, com minhas dúvidas, temores e ansiedades de querer sacudir e mudar o mundo, pelo menos da arte. Tornando este um espaço mais justo, correto e honesto. Além de agradecer por poder ter a honra de defini-lo como um bom e querido amigo pessoal que mesmo longe nunca está distante.

Já para meus ansiosos leitores ávidos de novidades que valem à pena, fica a dica para que além das imagens que ele me remeteu para ilustrar este post, visitem seu website onde veicula as imagens fotográficas de seu perfil multimídia e que vejam seus videos no YouTube onde inclusive poderão visualizar a riqueza de seu processo de trabalho que modestamente tentei traduzir em resumidas palavras aqui.


Realmente vale à pena conferir.

Até à próxima.

2/16/2009

Uma Estrela Chamada Starr Blanton

Enquanto mexia no layout do blog (sabe-se lá se de forma definitiva ou por quanto tempo) prossegui mantendo meus contatos com artistas do Polymer Clay/cerâmica plástica de todo o mundo. Os quais, muitas vezes, acho que conheço melhor e em maior número que aos polymers (ceramistas plásticos???) brasileiros.
Sempre fico pensando se isto acontece por sermos em número reduzido demais, mas nem tanto. Ou se isto se deve, justamente, à estranha mentalidade brasileira (presente em todas as áreas) de “esconder jogo” e evitar maiores contatos com qualquer um que possua um trabalho diferenciado do próprio, como se isto fosse um perigo ao status quo personalista. Afinal, comparações acabam por ser inevitáveis e podem ser danosas a certos egos. Quizás...

Desta forma, entre pensamentos soltos e reflexões organizadas conclui que ajudaria a mudar, ou pelo menos a sacudir, esta triste mentalidade provinciana e a alterar este diminuto número de artistas, artesãos e designers em atividade na área - sim, há diferenças entre as denominações. Sem que com isto um seja menos que outro, mas diferentes - indicando e comentando websites de pessoas que conheço e que vivem e respiram suas artes em todos os recantos deste planetinha azul. Ganham os polymers brasileiros vendo que existe muito mais que nossos diminutos umbigos possam supor e ganham os polymers estrangeiros tornando ainda mais conhecidas, e de forma merecida, suas criações e processos de trabalho.

Neste post vou falar um pouco de uma artista chamada Starr Blanton de Cincinnati (EUA) que produz um tipo bastante diferenciado de peças cuja temática é sempre voltada à natureza. Starr cria pequenas peças (algumas com apenas dois cm como o goldenfish que ilustra este post) que lembram delicados bibelôs antigos, mas com uma leitura contemporânea que simplesmente me fascinaram desde que a conheci e a seu trabalho.
Xi, mas este papo de bibelôs parece coisa de casa de avó, meio cheirando a mofo, chás frios e bolinhos duros diriam alguns desavisados.
Pois é, aí é que se enganam os que não a conhecem e a sua arte. Suas minuciosas e pequenas peças cheias de delicadeza e ricas em detalhes revelam um extremo bom gosto e sensibilidade na seleção de cores e técnicas e que a fazem, sem dúvida, ser uma de minhas artistas prediletas em Polymer Clay/cerâmica plástica.
Ela emprega em suas peças folhas de ouro, pigmentos metalizados que, lamentavelmente, ainda carecemos no mercado nacional e une massas translúcidas e opacas em suas originais criações. Nunca empregando moldes, mas modelando as figuras e depois aplicando pedacinhos de seus canes/bastões até finalizar cada peça, todas com tiragem limitada. Levando por vezes semanas para criar cada novo personagem de seu jardim imaginário. Um trabalho de extrema paciência e perícia, sem dúvida.
Sua temática e estilo são tão pessoais que dificilmente confundiria seu trabalho com o de outra pessoa. O que vem a demonstrar que técnicas todos aprendemos com maior ou menor dificuldade, basta tentar. Mas o diferencial será sempre o estilo, modo e capacidade de se expressar de cada um. Deliciem-se com algumas imagens, gentilmente cedidas pela artista, para ilustrar e iluminar este post. É um verdadeiro jardim mágico de formas e cores.
À Starr, que sei que lerá este post, só posso desejar cada vez maior sucesso e que nunca deixe de brilhar como a estrela da modelagem em Polymer Clay que é. E também agradecer por a ser a pessoa delicada, generosa e atenciosa com quem me encantei desde o primeiro contato.
Já a todos os leitores indico a visitação a sua página na internet que coloquei abaixo. E cujo link já se encontra permanentemente indicado ali ao lado.

Lembro a todos que para visualizar as imagens em tamanho maior basta clicar sobre elas. Você vai se impressionar ainda mais com o que vai ver. ;-)

Até a próxima.