10/23/2009

Fashion Art

Sumido? Pois é. Mas por uma (nova)justa causa. Voltei aos estudos e iniciei um curso de Especialiação em Artes Visuais pelo SENAC-EAD. Isto significa que é via internet, em sua maior parte, funcionando através de fóruns e outros mecanismos próprios ao suporte. Tanto o formato quanto o conteúdo tem se mostrado muito instigantes e cheios de desafios que, eventualmente, vou comentar aqui. Afinal, sempre acreditei no debate incessante acerca da dúvida de onde, ou mesmo se, localiza o limite da verdade na arte, do que se pode ou não se pode mostrar e ver e o que realmente se mostra. Já que a não declarada manipulação e disseminação de imagens e discursos são questões que a cada dia se tornam mais cruciais na formação dos corações e mentes contemporâneos.

Bom, mas trocando de novidades, desta vez venho contar que em uma de minhas muitas imersões no sempre fascinante ciberespaço, acabei dando de cara com uma artista que dispensa apresentações, da qual sou grande admirador: Kathleen Dustin.

Esta norte americana, filha das dunas de areias de Michigan Ocidental, e atualmente residindo em New Hampshire teve desde cedo uma queda pela vida nômade e pelas artes o que a levou a conhecer muitos povos e suas culturas e assimilar o que de melhor estes possuem.
Em 1972 viajou por um ano pelo Líbano, onde conheceu o Polymer Clay/cerâmica plástica. E, nos últimos anos, em razão da profissão de seu esposo, viaja com regularidade para países como Turquia, Arábia Saudita, toda área do mediterrâneo e Russia.
Toda esta habilidade de Kathleen viajar e viver em lugares exóticos exigiu que trabalha-se com um meio 3D facilmente transportável. E foi o Polymer Clay que, para nossa felicidade, transformou-se sua modalidade artística principal. Tendo mesmo que desenvolver muitas das técnicas que aplica em seu trabalho.
Sendo sua obra (re)conhecida internacionalmente, justamente, por seu imenso talento aliado a um total domínio técnico do material.

Falar de Kathleen Dustin é mergulhar em um universo que vai muito além do óbvio e do lugar comum.
Com uma Filosofia de arte e de vida bem como um estílo únicos, Kathleen faz (re)leituras de signos representativos da cultura contemporânea através da criação de, em especial, bolsas e bijuterias com belíssimos e intrigantes resultados.

Unindo elementos do mundo fashion à sua sensível criatividade. Repletas de de simbologias pessoais, em suas criações Kathleen reinventa a moda e o fazer cultural.
Seu esforço é de sempre criar belos objetos baseados no que encontra de modo que outros desejem também possuir aqueles objetos. E para aqueles que perguntam do "por que" criar bolsas ao invés de produzir esculturas ou figuras ela responde, com a segurança de quem sabe o que cria:

"...esculturas ou figuras apenas são colocadas sobre uma base coletando a poeira. Você não se atreve a tocá-las. Mas sendo estas bolsas elementos funcionais você é levado a toca-las, acaracia-las e examina-las. Sua existência é realçada porque são peças maravilhosas para carregar com você, para usa-las".

A arte de Kathleen surge da imersão no mundo que a rodeia e com o qual interage intensamente dando forma e cor às suas fantasias.
Algumas vezes seu trabalho incorpora partes de textos da Bíblia, geralmente trechos do Torá ou velho testamento, estampados em meio a textos e imagens icônicas. Em um conjunto que leva ao portador(a) da peça a refletir acerca do que possui em mãos.
E mais recentemente, sua criação, tem chamado a atenção pela repetição de pequenos elementos que denomina "mundanos", tais como vagens de sementes , musgo, folhas e pedras empregados de modo a criar peças absolutamente diferenciadas e de grande força expressiva.
Para conhecer mais acesse:
Até a próxima.